Junho verde: Campanha alerta para conscientização sobre o câncer de rim
Saúde

Junho verde: Campanha alerta para conscientização sobre o câncer de rim

Entender as causas e sintomas é fundamental para evitar a doença

A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) apontou, em seu último levantamento, que 40% dos casos de câncer renal só são descobertos em sua fase 3 ou 4, consideradas avançadas e com poucas chances de cura. Desses, 25% apresentam metástases para pulmão, fígados e ossos.

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que a incidência do câncer renal no Brasil seja de 7 a 10 casos para cada 100 mil habitantes. “Isso ocorre devido ao desconhecimento a respeito dos sintomas do câncer renal”, afirma o urologista e médico cirurgião robótico, André Luiz Nogueira. A maioria dos tumores diagnosticados, de acordo com ele, acontece por acaso, em exames onde são encontradas lesões no rim por meio de ultrassons.

A população masculina é duas vezes mais afetada pelo câncer de rim, sendo essa a décima maior causa de mortes por câncer em homens. E se tratando de tumores em órgãos genitais e urinários, o renal é o terceiro mais comum no Brasil. O Dia Mundial da Conscientização sobre o Câncer de Rim, 18 de junho, campanha de conscientização sobre a doença que se prolonga por todo o mês de junho, batizado de “Junho Verde”, alerta a população para redobrar a atenção para os pequenos sinais que o corpo apresenta, além de buscar uma vida saudável.

Como reconhecer o câncer de rim

O diagnóstico precoce é fundamental para obter sucesso no tratamento desse tipo de tumor, por isso é preciso ficar atento aos possíveis sinais. “Os principais deles são sangue na urina, dor na lombar, caroço na lateral das costas, anemia, perda de peso e febre. Muitos desses sintomas podem estar relacionados a outros tipos de doenças, como infecção na bexiga ou pedra nos rins, por exemplo”, enumera o oncologista clínico, Gabriel Felipe Santiago. “As taxas de cura do câncer renal chegam a 98% quando diagnosticado nas fases iniciais”, revela.

Algumas doenças genéticas são responsáveis pelos tumores renais, mas a maioria deles são causados por outros fatores. “Os principais deles são o tabagismo, obesidade, hipertensão arterial crônica, infecção do parênquima renal por cálculo e a manipulação de substâncias tóxicas, em especial aquelas derivadas do petróleo”, adverte Gabriel Santiago.

Desse modo, ter hábitos de vida saudáveis é a principal maneira de evitar o câncer de rim. “Por isso, tenha uma alimentação com frutas, verduras, legumes e alimentos ricos em antioxidantes; não fume e adote a prática de exercícios físicos”, orienta André Nogueira. Acrescentando que a prática de atividades físicas diminui em 22% o risco de câncer de rim.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico definitivo do câncer de rim é feito por meio de ultrassonografia e de tomografia computadorizada da região do abdômen. Esses procedimentos também são úteis no planejamento do melhor tratamento para cada quadro da doença. “Isso porque saber o volume e a agressividade de cada tumor é fundamental para determinar um planejamento terapêutico adequado”, assegura o oncologista.

Tumores diagnosticados em fase inicial podem ser tratados sem a remoção do rim inteiro. “Nesses casos, a cirurgia consiste na retirada em bloco do rim com seus revestimentos, procedimento chamado de nefrectomia radical. Entretanto, com a evolução dos meios diagnósticos, o mais indicado é a nefrectomia parcial, em que o tumor é retirado com pequena margem de segurança, preservando assim o restante do parênquima renal”, explica o urologista.

De acordo com o urologista, esses tipos de procedimentos apresentam mais vantagens em relação aos outros tratamentos do câncer renal. “Entre elas estão o fato de o método ser menos invasivo, o menor tempo de internação e as vantagens estéticas, já que ficarão apenas pequenos furos na pele ao invés da cicatriz da cirurgia aberta”, conclui André Nogueira.